Minha garganta estranha
Quando não te vejo
Me vem um desejo
Doido de gritar
Minha garganta arranha
A tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha
Da sala de estar
Venho madrugada
Perturbar teu sono
Como um cão sem dono
Me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro
Te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço
Faço ela rodar
Sei que não sou santa
As vezes vou na cara dura
As vezes ajo com candura
pra te conquistar
Mas não sou beata
Me criei na rua
E não mudo minha postura
Só pra te agradar
Eu não me lembrava de nenhuma música mais romântica.
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